As minhas visitas a museus no Brasil não eram frequentes, até porque na cidade onde eu vivia não tinha muitas opções para visitar. Porém, na Terra dos Moinhos ir ao museu é algo muito comum, tão comum como ir ao cinema, e não faltam opções.
O meu aprendizado cultural aumentou bastante com essas visitas. O mais interessante é que em vários museus têm atividades para crianças, tornando-se uma excelente opção de passeio, principalmente no inverno. Os meus filhos tiveram contato com movimentos artísticos que eu na idade deles, nem sonhava que existia.
Um desses movimentos está completando 100 anos é o “Movimento De Stijl” e estão acontecendo comemorações em toda a Holanda, por isso o nosso grupo de Blogueiras Brasileiras na Holanda resolveu contar para vocês através desta blogagem coletiva o que está rolando na cidade de cada uma ou nas suas proximidades.
Antes de mais nada, tive que buscar saber o que era o movimento e os seus principais representantes, então venha comigo que vou lhe contar o que descobri.
O grande representante desse movimento foi Piet Mondrian (1872-1944) cujo o nome remete imediatamente a imagem da sua obra com retângulos de cores primárias delimitados por grossas linhas pretas.
Modrian era um pintor clássico holandês que produzia paisagens com cores escuras e sombrias, próprias da arte do século XIX. Contudo, por volta de 1902 começou a produzir obras com traços claros e com cores primárias.
Dentro da visão de Mondrian a pureza das cores primárias e das superfícies planas das formas era uma nova línguagem que transcendia a pintura e deveria atuar em todos os campos da arte. `A partir desta filosofia surge a revista De Stijl (O Estilo),1917-1928, que reúne um grupo de artistas plásticos, pintores, designers e arquitetos defendendo uma utópica harmonia universal das artes.
Segundo dados da wikipédia, o Stijl (ou Neoplasticismo, nome dado por Piet Mondrian à sua filosofia artística) foi um dos grandes marcos da arte moderna, o “mais puro dos movimentos abstratos”. O movimento, de origem e essência holandesa permaneceu ativo e coeso por menos de quinze anos, mas sua influência pode ser sentida nos dias atuais, particularmente na arquitetura, que privilegia espaços abertos, luminosidade, ventilação e funcionalidade, rompendo com convenções arquitetônicas da época e também no campo da pintura com traços retos e vibrantes.
Eu visitei a casa de Mondrian na linda cidade de Amersfoort que vocês conheceram aqui no blog, que foi transformada no museu Mondrian Huis. O museu tem diversas instalações interativas que contam a vida do pintor e todas as suas fases de descobertas até chegada ao movimento revolucionário do Neoplasticismo.
No final do passeio existe uma sala composta de peças de lego nas cores primárias onde as crianças podem soltar a imaginação e criar os seus próprios quadros ao estilo Mondrian. Enquanto os adultos tomam um delicioso café no espaço reservado do museu ou compram um dos diversos livros sobre o movimento.
Logo na entrada da cidade tem uma grande cadeira representativa do movimento, e por toda Amersfoort existem obras com referências ao assunto. Contudo, se quiser ir numa cidade perto de você confira a relação abaixo de diversas blogueiras brasileiras que vivem na Holanda e participaram desta blogagem coletiva.
The Nerdylands – Leiden e breve menção a Haia
Holandesando – Casa Rietveld Schroder em Utrecht
Por onde anda Fabi? – O Movimento / De Stijl – Utrecht
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